Eles estão na moda nas companhias
Por JOSÉ EDUARDO COSTA
Milton Trajano
No mês passado, o escritório de Londres do banco americano de investimentos Morgan Stanley publicou um relatório escrito por um de seus estagiários, o jovem Matthew Robson, de 15 anos (a ilustração acima foi feita com base na foto do rapaz). No relatório, Matthew conta como ele e seus amigos interagem e consomem produtos digitais. Quando a informação chegou ao mercado, a repercussão entre executivos, investidores e consultores foi imediata. Muitos chamaram o garoto de visionário. Tradicionalmente, os relatórios dos bancos de investimentos são analises técnicas, sobre segmentos da economia ou empresas, cuja função é informar os investidores para que eles decidam onde colocar seu dinheiro. São documentos sisudos, diferentes do relato de Matthew — aliás, é raro um banco global divulgar análises de seus pupilos. O chefe do estagiário, Edward Hill-Wood, executivo da área de mídia da unidade europeia do Morgan Stanley, justifi cou a publicação do relato alegando ser “um dos mais claros e instigantes insights que lemos recentemente”.
Ao revelar nos mínimos detalhes como os jovens de sua idade consomem e interagem com a internet, celulares, cinema, televisão, jornais e rádio, Matthew tratou de informações que muitas vezes não chegam às mesas dos executivos que aprovam investimentos e produtos voltados justamente para o público jovem (consulte a versão integral do relatório em www. vocesa.com.br). O caso também aguça uma discussão que vem ganhando fôlego no mercado de trabalho: os nerds estão na moda? Veja bem, hoje o termo refere-se ao jovem que muitas vezes nem sequer deixou o assento escolar, mas é muito bem relacionado (graças às redes sociais), informado (pela internet) e se comunica bem em mais de um idioma. As empresas querem se conectar com esses jovens cada vez mais cedo. Para fi car em um exemplo que ilustra bem o que vem se tornando prática de mercado, veja o caso da AmBev.
A empresa criou o programa Summer Job, que deve começar a funcionar neste ano, cujo objetivo é oxigenar o programa de trainee. Por meio do Summer Job o estudante universitário pode passar suas férias trabalhando para a AmBev, com todos os direitos de um funcionário regular: salário mais benefícios e tem a oportunidade de voltar à empresa (se for bem avaliado ao fim do primeiro estágio) em suas próximas férias, para uma área diferente da experimentada anteriormente. Com isso a AmBev quer aumentar seu tempo de “experimentação” com o jovem — em outras palavras, quer conhecê-lo melhor. A sede da AmBev por atrair e reter jovens tem feito a empresa discutir formas alternativas de abordagem junto a essa turma. Uma iniciativa que está em discussão é a possibilidade dos principais executivos da empresa terem blogs, cuja ideia é contar um pouco de si, da sua visão do negócio, mas também responder a perguntas da moçadinha mais sedenta por informação.
Por JOSÉ EDUARDO COSTA
Milton Trajano
No mês passado, o escritório de Londres do banco americano de investimentos Morgan Stanley publicou um relatório escrito por um de seus estagiários, o jovem Matthew Robson, de 15 anos (a ilustração acima foi feita com base na foto do rapaz). No relatório, Matthew conta como ele e seus amigos interagem e consomem produtos digitais. Quando a informação chegou ao mercado, a repercussão entre executivos, investidores e consultores foi imediata. Muitos chamaram o garoto de visionário. Tradicionalmente, os relatórios dos bancos de investimentos são analises técnicas, sobre segmentos da economia ou empresas, cuja função é informar os investidores para que eles decidam onde colocar seu dinheiro. São documentos sisudos, diferentes do relato de Matthew — aliás, é raro um banco global divulgar análises de seus pupilos. O chefe do estagiário, Edward Hill-Wood, executivo da área de mídia da unidade europeia do Morgan Stanley, justifi cou a publicação do relato alegando ser “um dos mais claros e instigantes insights que lemos recentemente”.
Ao revelar nos mínimos detalhes como os jovens de sua idade consomem e interagem com a internet, celulares, cinema, televisão, jornais e rádio, Matthew tratou de informações que muitas vezes não chegam às mesas dos executivos que aprovam investimentos e produtos voltados justamente para o público jovem (consulte a versão integral do relatório em www. vocesa.com.br). O caso também aguça uma discussão que vem ganhando fôlego no mercado de trabalho: os nerds estão na moda? Veja bem, hoje o termo refere-se ao jovem que muitas vezes nem sequer deixou o assento escolar, mas é muito bem relacionado (graças às redes sociais), informado (pela internet) e se comunica bem em mais de um idioma. As empresas querem se conectar com esses jovens cada vez mais cedo. Para fi car em um exemplo que ilustra bem o que vem se tornando prática de mercado, veja o caso da AmBev.
A empresa criou o programa Summer Job, que deve começar a funcionar neste ano, cujo objetivo é oxigenar o programa de trainee. Por meio do Summer Job o estudante universitário pode passar suas férias trabalhando para a AmBev, com todos os direitos de um funcionário regular: salário mais benefícios e tem a oportunidade de voltar à empresa (se for bem avaliado ao fim do primeiro estágio) em suas próximas férias, para uma área diferente da experimentada anteriormente. Com isso a AmBev quer aumentar seu tempo de “experimentação” com o jovem — em outras palavras, quer conhecê-lo melhor. A sede da AmBev por atrair e reter jovens tem feito a empresa discutir formas alternativas de abordagem junto a essa turma. Uma iniciativa que está em discussão é a possibilidade dos principais executivos da empresa terem blogs, cuja ideia é contar um pouco de si, da sua visão do negócio, mas também responder a perguntas da moçadinha mais sedenta por informação.
Fonte VOCÊ S/A
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