De acordo com pesquisa, o departamento
de recursos humanos voltou-se para tarefas de alta complexidade e colocou
questões básicas, como a estabilidade financeira da empresa e a satisfação dos
clientes, em segundo plano
O setor de recursos humanos das empresas brasileiras está em
descompasso com os objetivos das organizações, de acordo com um estudo feito
pela consultoria DBM com 473 profissionais do ramo. O levantamento mostra que
os responsáveis pelo RH priorizam grandes missões, como o serviço à humanidade
e ao planeta, consciência ambiental e comunitária e a aprendizagem contínua,
enquanto as empresas demandam tarefas mais básicas, como redução de custos,
melhora no desempenho, lucro e satisfação do cliente.
Os
entrevistados, de empresas de todas as regiões do país, responderam a três
perguntas: quais valores melhor representam quem você é; quais valores melhor
representam a empresa; e quais valores melhor representam como a empresa
deveria ser. As respostas foram categorizadas dentro dos “Sete Níveis de Consciência”
do modelo de Richard Barrett, uma escala criada pelo consultor de negócios de
mesmo nome e que busca explicar como indivíduos e organizações evoluem e os
desafios de cada etapa (veja no gráfico).
O
resultado mostra que as empresas muitas vezes estão focadas nos níveis mais
básicos – de 1 a 3 –, mas os profissionais de recursos humanos valorizam os
níveis mais complexos – de 4 a 7. A explicação para o fenômeno reside na
recente transformação pela qual passou o departamento nos últimos anos, de acordo
com Carla Virmond Mello, diretora da DBM para o Sul do Brasil e da Acta
carreira e transição.
Segundo
ela, houve uma demanda forte para que o RH se posicionasse como um setor mais
estratégico para as empresas. Antes focado apenas na contratação de pessoas e
nos encargos e salários, o RH passou a ser cobrado para fornecer melhores
resultados e mensurações de sua atuação. Com o tempo, o departamento passou a
se focar em indicadores sobre o retorno do capital investido, como o impacto
das contratações e dos cursos de qualificação.
“Toda
essa mudança elevou a expectativa e, de fato, trouxe uma evolução significativa
no papel do RH, mas agora parece que ele precisa voltar a dar atenção para a
sua essência e cuidar também das tarefas mais básicas. Isso não quer dizer que
precise esquecer seu papel importante nas ações de desenvolvimento mais
complexas. O que é preciso é aprender a exercer um equilíbrio que fuja dessas
polaridades”, diz Carla.
Modelo de Barrett
O
modelo de Barrett foi criado em 1997 com base na “Hierarquia de Necessidades de
Maslow”, do psicólogo Abraham Maslow, que categorizou os níveis de necessidade
do ser humano. Barret usou a Pirâmide de Maslow, fazendo pequenas modificações,
a fim de mapear a evolução de consciência dos indivíduos e das empresas.
Fonte Gazeta do Povo
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