Tempo de recolocação está mais longo. Confira
as atitudes recomendadas por dois headhunters para quem está disponível no
mercado
Paciência é atitude de ordem para quem busca uma recolocação
atualmente. É que pesquisa realizada pela Hays em parceria com o Insper revela
que o tempo até encontrar uma nova oportunidade
profissional para quem está no mercado aumentou em relação ao ano passado. O
levantamento também indica que há mais gente sendo demitida do que pedindo
demissão.
Na opinião de Juliano Ballarotti, diretor Hays, a falta de uma
análise criteriosa antes de mudar de empregotambém contribui para o
aumento no número de demissões. “Muitas vezes o
profissional se anima demais por conta de salário, mas nem sempre boa remineração é bom negócio”, diz.
Falta
de avaliação dos riscos e superestimar a própria capacidade são alguns dos
ingredientes para o fracasso da mudança que vai resultar na volta ao mercado.
Por isso ele indica o rigor na reflexão na hora de decidir mudar de emprego. “É
para evitar chegar nesta situação”, diz.
Mas
e quem já chegou e agora se vê disponível no mercado e ávido por conquistar uma
nova oportunidade? Exame.com pediu a especialistas que dessem
algumas dicas para quem está nesta situação. Confira:
- Trate a busca por emprego como você
trataria um projeto
“O profissional deve manter uma rotina de trabalho
neste projeto que é encontrar um emprego”, diz o diretor da Hays. Organize-se e
trace uma estratégia.
“Cada um sabe como funciona e qual a melhor rotina
para si. Tem gente que brinca dizendo que estar desempregado é também um
emprego, o que não deixa de ser verdade”, diz Henrique Gamba, executive manager
da área de TI e Telecom da Talenses.
- Não descarte a possibilidade de fazer
trabalhos temporários
Em algumas carreiras, como as de tecnologia da
informação, por exemplo, há oferta mais ampla de projetos temporários.
“Em TI é comum espaço para trabalhar com consultoria. Muitos profissionais
estão no mercado recebem ofertas para desenvolver projetos pontuais, e essa é
uma dica que eu sempre dou aos profissionais”, diz Gamba.Se houver esta
possibilidade, agarre-a. Trabalhos temporários podem render bons frutos e até
ofertas de oportunidades no futuro.
- Acione a rede de contatos
A indicação ainda é a forma mais eficiente de
arrumar um emprego. “É a ponte mais eficaz”, diz Henrique Gamba. Por isso,
procure pessoas para quem já trabalhou, colegas e outros contatos profissionais
e avise-os de que está procurando emprego.
Lembre-se das pessoas às quais você já ajudou ao
longo da sua carreira, elas, certamente, serão as mais dispostas a lhe estender
a mão.
4.
Atualize perfis em redes sociais profissionais
Use a tecnologia a seu favor. Do mesmo jeito que você atualizou o
seu currículo, reveja seus perfis em redes sociais profissionais, indica
Ballarotti. Explore o LinkedIn, conheça as ferramentas de busca de emprego.
“Procure
oportunidades online, visite painéis de executivos. A parte boa de ter cada vez
mais vagas no mundo online é o acesso mais amplo a este tipo de informação”,
diz Gamba.
5.
Tente chegar de outras maneiras às oportunidades
Se
o LinkedIn é uma ótima ferramenta para ficar a par das oportunidades, a parte
ruim, diz Gamba é que o acesso é também bastante massificado.
Por
isso, ao ficar sabendo de uma vaga aberta, verifique se há alguém da sua rede
de contatos que trabalha ou já trabalhou na empresa. “É chegar por meio dos
seus contatos ás vagas já existentes e anunciadas na rede”, indica Gamba.
6.
Procure headhunters
Cadastre-se
em consultorias de recrutamento e tente estabelecer contato com headhunters,
indica Gamba.Não se acanhe, mande uma mensagem, tente marcar um encontro com
recrutadores. O “não” você já tem, então, não se intimide.
“Se
for generalizar o mercado de recrutamento, nessa hora o executivo é mal
tratado, ou às vezes nem recebe resposta, e isso causa uma impressão negativa”,
diz Gamba, lembrando que há muitos headhunters que fogem a essa regra e são
atenciosos com os executivos.
7.
Não se cadastre para qualquer oportunidade
A
máxima “trabalho chama trabalho” é verdadeira, mas não é por isso que seja
recomendável “atirar” para todos os lados. Gamba explica que os recrutadores
que trabalha, em consultorias têm acesso ao sistema eletrônico que vai mostrar
para quais oportunidades o profissional se cadastrou.
“A
gente pode ver que aquela pessoa se cadastrou para 8 vagas diferentes nos
últimos dois dias e isso não é bom pra a imagem”, diz ele. O certo é ser
assertivo na hora de fazer os cadastros e evitar “pulverizar” seu currículo.
8.
Invista no seu desenvolvimento
O momento pode não ser o mais propício para investir dinheiro em
muitas coisas, mas apostar (e gastar) em você pode valer a pena. Afinal, essa é
a hora certa de fazer os ajustes necessários para aumentar as chances de
recolocação.
“É
claro que isso deve ser avaliado de acordo com o caso, mas o profissional deve
colocar na balança. Já vi casos de profissionais que não gastaram com cursos e
não conquistaram as posições que queriam”, diz Gamba.
9.
Prepare-se para as entrevistas que surgirem
Vá
bem preparado para as entrevistas que forem marcadas. Pesquisar a empresa e
fazer as perguntas certas ao recrutador pode fazer a diferença e contar pontos
na sua avaliação, de acordo com os especialistas.
Exercite-se
pensando em como responderia às questões mais frequentes. Mas de acordo com
Ballarotti, não é recomendável suprimir a espontaneidade a ponto de repetir
discursos prontos.
10.
Não descuide de outras esferas da sua vida
Para
a maioria das pessoas sem emprego é impossível não sentir o amargor da
ansiedade. “É normal ficar ansioso”, diz Ballarotti. Ele recomenda, porém, que
o profissional busque equilibrar todas as esferas da sua vida para tentar
diminuir um pouco a pressão que ele, inevitavelmente, sente. “É o momento
adequado para cuidar da saúde, fazer as coisas com a família, encontrar os
amigos, e se reorganizar”.
Fonte: EXAME
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