Formação técnica, competências práticas - como visão sistêmica e flexibilidade - e perfil comportamental são ingredientes que, equilibrados, formam a base da receita de sucesso na carreira.
Some-se aí um ambiente profissional propício ao desenvolvimento e está pavimentada a escada da ascensão profissional.
Assim, tanto quanto a formação técnica, competências práticas e cultura organizacional, o perfil comportamental é, sim, fator crítico na trajetória de carreira de qualquer pessoa.
E, em meio à rotina agitada, muitos profissionais não se dão conta de que pode haver algo de errado na maneira como se portam. “A falta de autoconhecimento e autocrítica pode ser um dos principais problemas de hoje no mundo corporativo”.
Veja alguns exemplos de atitudes e comportamentos que só vão comprometer o sucesso, segundo os especialistas:
1. Terceirizar a culpa
Quando o desempenho e o resultado são aquém do esperado, sempre há quem saia distribuindo a culpa a pessoas ou fatores externos: o mercado que sofreu retração, a Copa do Mundo que atrapalhou, as condições climáticas que surpreenderam.
“Deixem de lado a história de terceirizar a culpa. De alguma forma, em tempos fartura ou de crise tem empresas ganhando ou perdendo, executivos sendo promovidos ou demitidos. Todo mundo sabe as dinâmicas do mercado”, diz especialista.
2. Só tomar decisões embasadas em certezas
“O grande executivo age em momentos em que não dá para ter certeza”.
Em situações em que ninguém tem a resposta, o profissional precisa confiar no seu próprio julgamento para tomar decisões estratégicas. Quem espera pela certeza perde a chance de inovar e se destacar.
3. Não levar em conta que o fracasso é possível
O planejamento estratégico deve sempre levar em conta a chance de contratempos, revezes ou até catástrofes. “É preciso ter um plano B e até um plano C”.
Capacidade de se antecipar e ter visão de médio e longo prazo é uma das qualidades de executivos de sucesso. “Do contrário, a pessoa vira um gestor de problemas”. Lembre-se e prepare-se: a chance de não dar certo geralmente é maior do que a de dar certo.
4. Superestimar (ou subestimar) a própria competência
Não é possível ser excelente em tudo. Aceite suas limitações e, com isso, aproxime-se de pessoas complementares em termos de habilidades e competências.
“A maioria procura se cercar de pessoas medíocres, com medo que pessoas brilhantes as ofusquem”.
O contrário também é válido. A falta de autoconfiança é nociva e paralisante. “Muitas vezes as pessoas não percebem que têm crenças limitantes que barram a iniciativa”, diz especialista.
5. Aceitar cargo de gestão sem ter perfil para tal
“Lembro-me de certa vez em que nosso melhor técnico foi ser diretor na Argentina e, sem perfil de gestão, foi o fim da carreira dele”.
“Falta de consciência faz com que a pessoa assuma um trabalho para o qual não está preparada. E acaba comprometendo o resultado”, diz especialista. Por isso, é sempre bom avaliar se os principais ativos de carreira estão ligados às habilidades técnicas ou de gestão.
Para quem tem perfil mais técnico, o caminho do sucesso, diz o fundador de uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil, passa pela especialização necessária na carreira em Y.
6. Conformismo e procrastinação
Medo de arriscar resulta em conformismo e medo de errar, em procrastinação, segundo especialista. Esperar passivamente pelos desafios ou adiar a execução de tarefas complexas são comportamentos que demonstram a ausência de uma competência altamente valorizada no mercado atual: a proatividade.
7. Falta de capacidade de adaptação
A palavra chave, em tempos de crise e estruturas mais enxutas, é resiliência. O mercado de trabalho é dinâmico e se destaca quem acompanha suas mudanças.
Fugir do papel de vítima e enxergar as oportunidades que aparecem em meio às turbulências do mercado e da economia é a dica para quem quer alavancar a carreira em vez de decretar o fim dela.
Fonte: Exame
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