A infelicidade causada pelo desemprego e pelo medo de perder o emprego está quase sempre relacionada com a idade.
Para que você tenha tranqüilidade e calma para procurar uma recolocação, precisa entender primeiro porque a relação idade/desemprego tem esse efeito adverso sobre você – e entender que o efeito é o mesmo sobre as outras pessoas também. Depois, tem que saber que adaptações deve fazer em sua abordagem para se apresentar da maneira mais normal possível dentro desse processo anormal que é o desemprego. Com essas duas iniciativas, certamente você ultrapassará esta fase com galhardia. E, em vez de se tornar uma pessoa moralmente destruída, chegará ao final do processo com mais estatura moral e com mais segurança pessoal.
REAÇÕES COMUNS
Os executivos mais velhos, a despeito das diferenças individuais de personalidade e da maior ou menor habilidade de enfrentar situações difíceis, reagem de maneira bastante similar às três fases do desemprego:
Perda: Momento de desorientação por causa da perda da rotina diária. Vergonha – há executivos que protelam por semanas a comunicação à família de que estão desempregados. Os amigos no início dão muito apoio mas aos poucos desaparecem se o período de desemprego durar muito. Normalmente o executivo tira algumas semanas de férias para escapar dessa confusão emocional – quando deveriam estar iniciando imediatamente um processo de recolocação, enquanto as pessoas se lembram dele. Mas costumam confiar demais em que serão recolocados logo. A confiança cai por terra quando a recolocação demora mais de dois meses.
Desequilíbrio: Momento em que primeiro o executivo se coloca em situação de espera. Administra suas finanças, reduz gastos. Aos poucos percebe que encontrar um emprego não depende só dele, e normalmente se fecha, fica mais introvertido. Tende a encarar o mundo com mais pessimismo e começa a imaginar que suas iniciativas de procurar emprego são infrutíferas, vãs e só o fazem perder tempo. A auto-estima começa a se deteriorar. Dorme menos. Aí começa a achar que precisa de ajuda.
Adaptação: Momento de iniciar nova rotina. O executivo descobre que precisa se manter ocupado, física e mentalmente, para não cair em depressão. Passa a praticar esportes, lê com mais vontade, faz contatos, ouve mais as pessoas e começa a enxergar o mundo com mais esperança. Neste momento sua procura por uma recolocação começa a ficar mais produtiva, porque ele está com uma postura emocional mais adequada.
CUIDADOS
É justamente para que o executivo não tenha que passar por essas três fases que se recomenda que comece a procurar emprego logo depois de se desligar do anterior, enquanto ainda tem dinheiro, não sofreu desgaste na auto-estima e não corre o risco de ficar acomodado na situação do desemprego.
Só vai ter que atentar seriamente para algumas coisas, para não ter uma postura negativista:
cuidar da identidade: continuar focado na carreira, sabendo quem é, o que gosta de fazer e os projetos de vida que acalenta;
aperfeiçoar o currículo: aproveitar o tempo para atualizar o currículo e adequar a sua formatação ao momento do mercado;
estreitar relacionamentos: amigos, ex-colegas, ex-clientes, ex-fornecedores, todas essas pessoas devem ser abordadas para que saibam que você está disponível e possam indicar você para uma função de que tenham notícia, e ao mesmo tempo servirem de referência para você, se for preciso;
Em resumo, aceite que o desemprego é uma contingência em sua vida, que muita gente passa por isso e não necessariamente sucumbe. Procure amigos, porque você não pode ficar sozinho nesse momento, e tente fazer contato com outros executivos desempregados – eles podem ensinar muito a você. Estude, converse, leia, pratique esportes, faça o que for preciso para reafirmar os seus valores pessoais. É isto o que vai manter você forte e pronto a reingressar no mercado de trabalho na primeira oportunidade.
Não esqueça que os empregadores contratam alguém porque querem um profissional que resolva os problemas da sua empresa, e não porque acham que devem dar uma chance a eles.
Tenha isto em mente quando abordar possíveis empregadores. Eles não querem saber dos seus problemas pessoais, mas ao contrário que tipo de solução profissional você representa para os problemas dele.
Fonte: Lidando com as emoções do desemprego | CATHO